quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Acerca dos pensamentos



     Dependendo do meu meu modo de procura, acho que posso demorar um pouco para encontrar os meus pedaços. Ainda bem que as situações costumam cooperar ao meu favor, permitindo-me reflexões de como posso ser grato pelas pessoas que tenho ao meu redor e, sobretudo, pelos sentimentos que ganho em tantos abraços que recebo de outras pessoas que, muitas vezes, nem conheço. Não é nada de exagero. Um simples "olá" ou um sorriso, ou até um aceno: são essas atitudes que constroem os detalhes significativos dos meus dias. Assim, consigo mergulhar naquilo de mais sincero que tenho em mim e vejo amor. Amor. Percebo que um momento não é tudo, mas que algumas pessoas podem ser tudo em um momento.Às vezes, não me importa para onde estarei indo, se não estiverem comigo as lembranças que tanto faço questão de preservar e ter como relicários invioláveis, sagrados... Penso novamente no amor. Ele vem e toma tudo, como ser fosse o resto e a própria sorte. Acho que agora entendo o motivo de algumas situações cooperarem em meu favor. Amor é sorte. Talvez, alguns possam confundir a sinceridade com a paixão. Mas a conexão verdadeira não depende de amores passageiros, de ilusões que sirvam de analgésicos para a alma. Pois podemos nos apaixonar como loucos, mas não como tolos... Quem se domina demais é escravo de suas razões. E eu me encontro em momentos muitos, que não sei explicar. Digo que sinto a preciosidade de ter companhia boa, excelente ao meu redor. Procuro entender o motivo de alguns ainda persistirem na luta por se tornarem ilhas. Valorizo a privacidade. Todavia, em certos momentos,  sei que nossos espíritos gostam de beijinhos. E de abraços também...






Caio Fernando

There are no shortcuts to love


    Os nossos momentos são especiais... Sinto sua presença mesmo quando nem estás perto. Mas o estranho, nisso tudo, é o que sua falta pode causar em meus segundos, até mesmo no tempo que me atravessa e que não vejo. Não queria ser algo do tipo limitado, a fim de te dar o infinito, em cada segundo, como também nos tempos que nos atravessam e que não percebemos. A gratidão de te ter em meus pensamentos é tamanha e não consigo agradecer totalmente por algo que desejo ter até o infinito. Dizem que o amor é o resultado dos nossos olhares – tão tomados de sinceridade e música de vida -, mas, por vezes, não me satisfaço com o dom de me dares o suficiente. Sei que também precisamos de equilíbrio. Isso é lógico. Mas também aguardo os momentos em que desistes dessas lógicas e me abraças totalmente, como se a junção nossa fosse um festa de arromba. E sempre conseguimos arranjar uma forma de ultrapassar regras que colocamos em nossos caminhos. Afinal, há coisas que a vida pede mais! Nossos corações pedem por outros caminhos – caminhos de amar. Por mais que precisemos, em certos momentos, esquecer umas frações de saudades,  sempre vivemos nesse mistério descoberto de amar e querer. Quero-te não somente por como és; mas, sim, por como sou quando estou contigo!  Aprendemos, assim, a receber orientações reais da vida, como se ela mesma dissesse: “O importante não é ter um alguém. O que mais vale é saber amar esse alguém”. Assim, consegui responder aos muitos questionamentos sobre o brilho das estrelas. Afinal, quando muito olhava para o além da atmosfera, esquecia que um enorme astro já me sorria em poucos centímetros.  Hoje, afirmo que te amo mais que ontem e menos que amanhã! Por tudo isso, agora sei:  não há caminho mais próximo do amor que não seja ele próprio.



Caio Fernando

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tu, professor de ti...


   Simplesmente pensando, pode-se tornar significativo o que se imagina. A obra final pode ser concreta. A ideia, porém, foi a raiz de tudo. Alguns ficam sem palavras. Outros olham de longe. Ainda têm os que não entendem. E há os que abandonam. Mas, tudo isso servirá de lembrança para se saber como agir no período em que a criatividade deixe de nos ajudar a pensar sobre como tornar bom aquilo que, um dia, imaginamos e deixamos para trás...
    Sempre há um momento de grande "inspiração". Definindo bem, na verdade, sempre há um momento, no qual deixamos nossos espíritos fluírem melhor com as ideias. Às vezes, adiamos um planejamento que sabemos que é bom, mas que sempre fica para "depois": escrever alguma coisa, ligar para alguém, abraçar um amigo distante, perguntar uma pergunta louca; fazer um poema, uma música... Preferimos, durante muito tempo, calar a voz que, sempre educada, tenta nos convencer de que temos algo a fazer somente com aquilo que temos. Acho que podemos definir isso como " deixar de aprender bastante dentro de si"... 
    Em todos os dias, sempre há possibilidades de se fazer algo novo. Nada clichê. Quando vejo gente reclamando da vida, lembro-me de cidades fantasmas. O murmurar é resultado da ausência de pensamentos bons acerca da própria realidade, da “falta” do que fazer consigo. Que tipo de cidade estamos construindo sobre o nosso viver




Caio Fernando

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Tudo: você e eu. Sempre


        Para você o que posso oferecer além apenas de mim?
        Tudo o que sou e o que posso ser...
        E te amar... Amar-te.
        Corte meus caminhos, que te darei um pedaço da vida minha.
        Há "algos" que lágrimas conseguem traduzir muito melhor que palavras, na maioria das vezes incoerentes por si.
        Amo-te mesmo que nem saibas o quanto.
        Mesmo que tenha medo de me expressar tanto.
        É inevitável, porém, agir somente com a razão ao teu lado. Fico assim... Sem ter o que dizer. Disseste-me, um dia, que nada é melhor que não falar quando o "muito" das palavras não conseguir ultrapassar o "exorbitante" dos pensamentos, emoções... Mas, para você, dedico cada bom pensar que corta os rios que levam meu mundo ao teu encontro. É estranho não poder te abraçar quando o desejo de te sentir perto é incompatível com a distância, com a preguiça, com o que nem sei...
        Amo-o em sacramento, em pecados, em essência, em qualquer coisa que me faça te ter como querido. É engraçado como consegues brincar de deixar meu coração feliz. E quando ele bate forte, sei que estás por chegar. Parece-me que não te há normalidade. Isso encanta. Prenda-se às minhas mãos, porém. Pois só escrevo por teu respirar. E os textos nunca mais foram os mesmos. Consegues perceber como floresceu minha vida? Será que são só letras novas? Não! Não... Não. É você.
        Sinceramente, pensei que era algo passageiro. Todavia, o que se tornou passageiro foi eu. Embarquei nessa viagem do teu amor maluco e delicado, estranho e benquisto, feio e lindíssimo, misterioso e simples... Ah. Nem sei, querido. Apenas é bom te ter por perto. É como se eu me superasse e me orgulhasse por saber como posso amar tanto! Você me ensina coisas que nem sabes. Eu não falo porque não sei como aprendo. Vivo, de repente, um sentimento de te seguir. O que sinto é o que me faz suspirar e, enfim, fazer, espalhar o que me deste. E vou cantar o quanto puder em seu coração, para que não esqueças que, um dia, alguém muito te quis. Esse dia é agora. Quero-te.
        Nem o céu é o mesmo. Como as coisas mundam pela sua presença! Eu só sei dizer que estou muito feliz por seu olhar. E quando eu te abraço, sinto-me protegido. Afinal, és mais que qualquer guardião. A ti entreguei meu coração e mais que possas imaginar. Pensamentos sobre teu carinho permeiam minha realidade. Se pudesse fazer de todos eles um pouco do meu cotidiano, estaríamos mais amantes, mais unidos, de mãos mais dadas. Se penso em não me entregar demais, logo desisto; és, pois, o que quero... o meu melhor presente.





Por: Caio Fernando

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um dia, Ele nos chamou de queridos...



        Século XIX. Uma menina,de uns pouquíssimos 7 anos de idade, aproximava-se dos restaurantes, com o cheiro de comida que emanava cada vez que um cliente abria a porta do estabelecimento. Perto dali, ela estava sentada numa calçada meio suja. De lá, via as pessoas passarem. Fingia não ver o descaso, com o qual lhe "observavam". Na verdade, estava faminta. O gerente abriu a porta. " Vá embora daqui, menina! Está atrapalhando a freguesia!": 7 anos de rejeição social lhe acompanharam pelas costas. E iam lhe empurrando para uma outra calçada, na qual pudesse apenas sentar e imaginar um grande prato de comida, que já pensava há uma semana. Seus pais eram pensamentos que a guiavam para um lugar que não sabia se iria chegar. Mas ela gostava da vida. Gostava de se sentir em pé. Porém, apenas algo não lhe fazia bem: esquecer em que dia estava. Não falo, necessariamente, sobre o dia, semana ou mês. Acontece que sempre planejava algo para o dia seguinte. E isso que planejava, denominava de " O dia de Hoje ". Quando deixava de cumprir uma missão que se auto-colocava, isso, sim, era o que lhe aborrecia por algumas horas.
         Procurou uma outra calçada. Sentou-se e colocou um boné no chão. Uma senhora, que passava, colocou alguns trocados. A menina se levantou imediatamente. Foi sua vez de gritar... " Senhora! O seu dinheiro! Tome-o! "
"Mas, vi aquele chapéu no chão!"- disse-lhe a mulher. " Exatamente! Queria apenas me certificar de que as pessoas preferem dar moedas para bonés, do que ajudar seres visivelmente necessitados. Obrigada!"
A mulher se foi meio confusa e deixou seu dom, o dom de não querer entender, dominar seus pensamentos que convergiam para seu casamento decadente... A menina, dessa vez, levantou sem os gritos de qualquer pessoa. Não sabia o motivo de andar tanto. Mas isso lhe aliviava o que dizia ter como peso nas costas. Todavia, esse peso que carregava não era o da rejeição social. Era a consciência que lhe atormentava se não esticasse os músculos, numa espécie de alongamento diário. E, por isso, andava meio saudável.
         Repetia para si mesma que a vida era como um vaso; se você quiser, ele se torna apenas isso; se não, ele ainda será apenas um vaso: tudo seria vida enquanto o infinito não morresse. Nada poderia limitar o dom que dizia ser seu próprio carinho." Tenho um carinho tão grande por mim, que acabei me tornando meu melhor namorado" - ela se dizia. E as noites que passava não eram confortáveis. Era frio. Às vezes, chorava por se sentir tão... descoberta. Mas sempre se colocava como aquela que poderia amar seus próprios caminhos, ainda que eles fossem puramente tempestuosos. As lágrimas que caiam vinham de águas que, outrora, tomara em torneiras de parques não muito distantes. Não entendia o motivo das pessoas tomarem Sol. E enquanto passeava pelas sombras, via seu vestido,meio sujo, refletindo em poças d'água que se formaram com uma chuva que não molhava as outras pessoas.
        Um dia desses, um homem,de uns cinquenta e tantos anos,aproximou-se da menina quando ela já estava "desmaiada" de tanto apenas imaginar certos banquetes. Levou-a para sua casa. Sua mulher, submissa e devota de Santa Bárbara, colocou-lhe numa espécie de banheira improvisada. Limpou-a. Tirou-lhe umas sujeiras antigas que tinha nos olhos e na consciência. Seus pés estavam imundos. Mas havia um coração que brilhava numa distância inacreditável! Do corpo, saia uma glória imensa, aquilo que chamamos de felicidade. Os cabelos estavam bem cuidados em cada toque de amor puro que se fundia aos cuidados com aquela linda criança. As lágrimas estavam carinhosamente bem guardadas. Não precisaria chorar de terror quando abrisse novamente seus olhos. Vestiram-na com roupas novas de algodão muito branco. Ela estava em paz. Não se entristeceu por não haver planejado isso para aquele dia. Afinal,não havia como. Não se sentia morta, pois "era tudo como apenas o vaso de antes". O céu lhe sorriu com um Deus vestido de garçon. E, então, ali estava o  seu banquete... Acho que estamos no século XXI.




Por: Caio Fernando

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

My Delight

    
          
        Acho que, às vezes, sou um pouco covarde. Meu coração sempre diz coisas que procuro amarelar com dúvidas. Têm horas que algo está tão evidente, mas, ainda assim, fico imerso em expectativas que nunca procurei sonhar. Falam da força dos pensamentos e de como eles podem interagir com a realidade, sendo que eles próprios são responsáveis por ela. Não sei o motivo do presente não corresponder à maioria dos meus pensamentos. Tenho tantos medos. Digo até que penso em atrocidades.Sorte de não tê-las? Não sei... Possivelmente, exista algo emaranhado aos sentimentos bons que, em horas, acompanham-me. Sinto-me, por vezes, recuado, sem vontade de falar. Mas é nesses instantes tão engraçados que me perco em minha própria coragem. E o combustível que me dá asas para voar longe dessa muralha é a minha própria consciência : esta mesma que, outrora, enganou-me com pesares de " talvez nem consigas ". Estou escrevendo. Você, talvez, lendo. Todavia, nossos pensamentos divergem para tantas partes; algumas que até não conhecemos. Imaginamos... Algumas vezes, em momentos um tanto irracionais, plantamos o fruto todo ao invés de apenas a semente. Se fôssemos mais "espertos", lançaríamos apenas o "resto" ao solo... Mas o resto é o fruto. E,outra vez, comeríamos. Tive a oportunidade de conseguir. Mas, minha vida nunca foi uma totalidade de ganhos, aqueles que consideramos ganhos. Também vivi perdas, aquilo que consideramos perdas. E, nesta "oposição", pude vencer minha capacidade de apenas querer. Conquistar seria o meu próprio lema de "Agora,Vivo". Em tantos momentos, estive trancado em minhas próprias mazelas. Parece que minha libertação não caminhava. Descobri que havia uma pedra em seu sapato... A falta de humildade para se auto-corrigir. Calos graves surgiram nesse contexto. Não havia outro remédio que não fosse esperar passar... simplesmente. Quando voltou a andar, estava meio cambaleante. Descobri que não era dor. Estava, pois, bêbada... Ficou,durante muito tempo, parada, esperando um "Bom Samaritano", que não apareceria. Afinal, a seleção natural lhe era única em companhia e nada apoderia lhe agradar mais que seus testes,ora frios ora inaceitáveis. Era uma questão de inteligência... de saber saber. Mas a liberdade ficou amargurada com sua covardia. E bebeu o que,na boca,não deveria tocar: não se aceitar como liberta. Acontece que depois de um dia inteiro de tanta falta do que fazer, ela decidiu passear em si mesma, de uma forma diferente. Dessa vez, ela analisava seus próprios obstáculos. Não queria ser uma própria advertência. Mas brigou com seu egoísmo e "ficaram de mal" para sempre. É por isso que dizem que onde há liberdade, não há egoísmo. Em um tom singelo de carinho para consigo, decidiu se auto-proclamar dona do arbítrio. Casaram-se. Liberdade com arbítrio só poderia resultar em Livre-Arbítrio. E dominaram tudo! O casal mais feliz do mundo. Porém, contraditórios quando submetidos às regras que não criaram. Isso tudo ocorria dentro de mim. E eu pude enxergar quão grande era um simples querer meu. Se eu o afirmasse e o tornasse como grito de guerra das células minhas, estaria conseguindo alcançar o meu próprio sentido. Parecia simples. Mas, havia algumas células rebeldes. Colocavam fitas em suas bocas como forma de protesto pela vida nova - a falta de adaptação. Quimioterapia? É melhor tentar convencê-las. Civilidade é tudo. Entretanto, a resistência era contínua. E a única alternativa que me sobrou foi conviver com as diferenças que ainda me sobravam interiormente. Elas até ajudavam. E, mais tarde, descobri que se tratava de uma relação mutualística. Hoje,sei criar. Ainda me faltam algumas aulas de comportamento. Mas juro que procurarei ser menos covarde.



Por: Caio Fernando

domingo, 14 de agosto de 2011

Você foi o universo



      Quem te viu,quem te vê! Eras tão pequeno,na verdade...muito pequeno. Mas, tinhas uma força e um domínio tamanho que tudo era você! Mas não acreditavas na verdade que dizias ser a pior mentira que ouviras. Perguntavas se havia sentido ser total. Mas quem respondia eras tu,pois eras tudo até então... A voz que perguntava era a mesma que,intrusa,respondia e a que cantava era mesma que silenciava, e o teu público estava em pé...deitado...cabaleante - desordem! "Salve essa anarquia!"- gritavas! Não querias o egoísmo dos bilhões de anos que ainda não descobriram. Acho que nem lembras do tempo que falavas pelos cotovelos. Vivias num interrogatório tamanho que te fez enjoar de tanto falar. Vomitaste, então, no nada! E a força daquele jato que saía de ti, foi chamado, pouco tempo depois, de "Big-Bang". Da sua boca, pálida de desentendimentos, saíram grandes corpos... Estrelas, Super-novas,teu Sol, H, N, O, He... Você vomitou tanto que se auto-cuspiu,desaparecendo no que,hoje, denominas relatividade...Nem me pergunte se novas dúvidas surgiram... Agora você se questionava por não ser novamente o tudo; todavia, o eras totalmente. É como uma fatia de pão que repartes com uns que denominas serem famintos. Partir o pão não tira sua característica de ser o que é: pão. Do mesmo modo, não entendias os teus próprios mistérios quando duvidavas ser impotente e te vias impossibilitado de voltar atrás,na medida que não querias afetar teu dom de ser aquele que nunca se arrepende. Foste tudo. Agora,porém,estavas repartido. Mas isso em nada afetava tua natureza. Mas isso em nada afetava teu poder... E foste o homem que descobriste isso pela maneira mais simples. E, hoje, chamam-te de Deus. Não te esqueças,porém, de mim... Ajudei-te naquelas intrigas que assolavam teu próprio saber. Nossa! Você é maluco! Querias te experimentar! E não aguentaste teu próprio egocentrismo de querer subtrair oportunidades de tantas criaturas que dizem vivas e " não-vivas ". Querias que todos pudessem possuir a mesma dádiva. Explodiste,como nunca,de tanto estresse. Você queria que todos andassem sob uma mesma direção, tendo como vista a impossibilidade das impossibildades. Mas a decepção voltou no instante em que as partes de ti se colocaram um limite. Chegaste a pensar que havias exagerado nas doses de medo. Porém, estava tudo muito equilibrado. E, em outros lugares, já havia quem pudesse andar. Reverter a situação seria como detonar a cria dos teus amores. Decidiste arriscar. E viste que era uma questão de percepção e liberdade de crença. Não existia erro. A visão, agora, foi a da perfeição. O plano estava em prática. Todos seriam um pedaço de tudo. E isso fluiria pela presença de uma tal espécie de auto-reconhecimento. Conseguiste fundar,entre os princípios,uma forma de preservação, o que não era medo. Se, no ínicio, ficaste apavorado, é natural que " tuas criaturas " queiram uma auto-explicação. Só que elas, da mesma forma que, um dia, fizeste, puseram em dúvida o próprio dom de apenas ser. Não se permitiram sair de um mesmo palco por não aceitarem a ideia de que são todos deuses ou Deuses,como você preferir! Agora, estavas mais satisfeito... Querias,porém, que todos pudessem enxergar o que te ajudei a ver. Entretanto, negaste ajuda, tendo na tua frente um porto seguro de perfeição suprema. " Eles conseguirão! Virá o dia em que respeitarão suas totalidades e verão o outro como suas próprias partes, sendo Eu, Todos... Nada. Abrirão seus horizontes para a proximidade da sua própria face. E se comtemplarão na limpeza de qualquer pecado que nunca existiu. Haverá, pois, paz... aquela paz que ninguém conseguiu encontrar por fora. As mulheres - vi - soltarem os cabelos. E uma breve brisa,tão suave, penteou-lhes umas mechas decaídas... Os homens vi, num abraço recíproco, cuja forma fraterna passeava e estimulava tantos outros abraços internos. As crianças não existiam ali; estavam, pois, na descoberta do seu grande mundo infinito.Imaginações. Os que se contentavam com o título de "antigo", agora estavam numa redoma impecável que colocava os "jovens" num mundinho de inveja passageira. E aquele que veio depois de mim, orgulhou-se.E lembrou daquelas noites da náuseas que passara."Graças à Deus!"- ele se disse. Vômito de angústia. E, um dia, acabamos sendo o próprio tempo. Sua idade? : bem mais que os tais 13,7 bilhões de anos. Enfim, chegou a conclusão de que seu poder não era nada. Havia uma barreira que lhe deixou confuso e triste. Trancou-se durante 33 anos. Quando abriu seus olhos, conformou-se com a " Vontade ", e com o Tudo que ela poderia dominar. Mas não se arrependeu de espalhar um pão cortado em infinitos pedaços...



Por: Caio Fernando

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cara, eu te gosto muito!


 Sente aqui.Vamos tomar um café.
   Quero ver seu rosto.Prometo que controlarei as lágrimas.
   Desculpe,mas vou querer tocar em suas mãos e te admirar os olhos. Perdão por te olhar assim.
   Juro que pararei de falar quando te sentir cansado.
   Porém,não aceitarei desculpas se disseres que vais embora.
    Diga-me sobre sua comida favorita,os filmes que te fazem chorar...
   Fale baixinho a respeito daquilo que tens guardado nas surpresas que te fazem viver.
   Tenho curiosidades no anseio de saber o que te leva a andar tão magnífico... e simples.
   Prometo que não rirei quando me disseres que não existem prícipes ou sapos dentro de nós.
   Uma coisa só,peço: "Por favor,coma alguns biscoitos que fiz". Talvez eu os tenha esquecido.Na verdade,estava-os guardando para levares na viagem;uma esperança de te oferecer algo mais antes de te ver indo por aquela porta.Mas, ainda posso suspirar sua presença e sentir seu rosto corado quando digo que és lindo...
   Tudo bem.Sei que precisarás tomar teu rumo,talvez até longe da própria casa que fizeste com tuas próprias palavras.Antes que vá,porém,conte-me mais sobre seus amantes e namoradas.E serei grato se seguires apaixonado.
   Fale-me sobre as suas tantas vidas.Afinal,qual é o seu relógio?
   Deus,tome mais um gole de café...




Por: Caio Fernando

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Semelhante


                           São em nossas diferenças que somos todos iguais!



Por : Caio Fernando

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vestimenta

           Uma vez, minha mãe disse outra coisa que nunca esqueci:
           " Nando, para momentos incertos, dou-te um conselho : vista-se com o que você realmente é. E faça dos teus sapatos o teu próprio caminho... Para isso, construa em si uma boa personalidade, pois, sem ela, alguns poderão rir da tua  nudez ou interná-lo num silêncio social profundo... E este não é um traje recomendável ".
           Às vezes, procuro andar granfino... Mas,vou contar outro segredo: tenho os meus dias de " The ugly Betty".




Por: Caio Fernando

sábado, 30 de julho de 2011

I need you

              
                "Busquei-te em tantos lugares e só aqui pude te encontrar. Não me deixe só novamente": essas foram as quase primeiras palavras que eu me disse quando estava saindo de uma crise depressiva. Descobrir que as pessoas são o melhor remédio é difícil quando o que você menos quer são pessoas... Uma vez,minha mãe disse que é sempre bom ter em mãos aquilo que você,por alguma circunstância, precisa usar. E me disse mais: " Filho,só tem uma coisa que você sempre precisará e não poderá segurar nas mãos: sua vida! Ela está, pois, disseminada em todo o seu corpo e no espaço que engloba seu caminhar. Se a vida anda como queda é por que seu corpo se tornou pedinte e seu espaço,desfavorável... Mas,há o querer. E,com ele, poderás subnutrir suas mendicâncias e tornar o 'não bom' como espelho restrito ao antigo. E,como alternativa de fortalecimento da própria vontade,existem as pessoas. Mas não é necessário que você tenha que,obrigatoriamente,falar com algumas delas. A necessidade está na apreciação pelos seus gestos;está na canção de ouví-las conversar baixinho ou,quem sabe,apenas no sentimento de ser grato pelo motivo de vê-las passando... simplesmente passando. A companhia não está no abraço,nos beijos ou num olhar marcante;ela está no que você realmente sente, no momento... na sua alma;está registrada naquilo que você chama de pensamento ou apenas 'Eu'. Levante seus ombros e dê vida ao seu deserto de ossos secos. Faça o seu 'Querer' querer! Você é a ponte!Construa-se! Deixe as pessoas passarem. Elas querem muito isso! É de graça e necessário,pois sempre haverá a humildade e existirá quem precise morar em baixo dela ".
                No outro dia, Quis acordar como engenheiro. Precisava Ser Humano. Não demorou para uma nova ponte se sobrepor a muros antigos.
               Um dia lindo sequestrou o meu pesar... Então,eu tive vontade de seguir.




Por: Caio Fernando

Maternal words

              Minha mãe disse que, um dia, tudo o que é normal vai acabar. Fiquei com medo... Coloquei minha cabeça em seu colo. Ela fez um carinho especial; disse: "Filho, nossos conceitos mudam muito. Muito! Se você soubesse o que representam transições de ideias,saberia que elas não são suaves... Todos os dias,surgem pessoas diferentes. Mas,não me refiro ao mundo lá fora... Falo daquilo que você tem por dentro: os seus personagens. Ontem,você gostava de brincar e,para você, sair correndo e gritando era completamente normal! Eu adorava te ver vestido de super-herói.Sua fantasia era crescer... Mas,hoje,você está vestido com uma roupa de mudança,que tem cara de despedida. Sua fantasia já não é o que era 'normal'. Mas eu adoro te ver vestido desse mistério de crescer. Amanhã,serás tudo de uma vez. E te tornarás, novamente, completamente normal... Não te assustes com as estações. Elas passam. Mas,um dia,não sei por que,voltam... E surpreendem de novo" .
              Minutos depois,dormi em seu colo. E sonhei que era um super-herói...



     "O que,hoje,te faz sorrir,amanhã poderá não te ser amigo. Mas,estarei aqui... Acompanhando suas estações. " (Mamãe)




Por: Caio Fernando

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Estranhamente

               Ontem,eu estava vindo do supermercado e vi uma senhora sentada no banco da praça. Era diferente.
               Aquela mulher estava jogando comida aos pássaros. Vários deles se aproximavam. Senti que ela amava aqueles bichos. Voavam,em torno dela, sem medo. Comiam, voltavam, alinhavam-se. Eu parei com a minha sacola nas mãos, estático. E senti uma paz tomando todo o meu semblante. Sabia que tinha que voltar para casa. Mas eu não tinha a sensação do tempo a correr em mim.
                A senhora dos passarinhos alimentou seus filhos. E, depois de despejar todo o alpiste no chão, chamou o seu motorista, todo bem trajado. Caminharam até a porta de uma limousine e entraram. A última visão que tive foi a dos pássaros voando em forma de "V" atrás daquele automóvel. Eles não queriam o alpiste...

Por: Caio Fernando

Amar e amor

       Não sei o que é amar. Mas ouvi falar do amor....
       Falam das pessoas que se apaixonam e das que morrem sem concretizações sentimentais.
       Gosto do que é concreto,visível,paupável.Gosto de sentir o apaixonar... Falam que o amor é coisa louca. Mas eu não quero mais um transtorno psicológico. Mas,tudo bem. Eu não sei o que é amar.
         
         Por: Caio Fernando.