domingo, 14 de agosto de 2011

Você foi o universo



      Quem te viu,quem te vê! Eras tão pequeno,na verdade...muito pequeno. Mas, tinhas uma força e um domínio tamanho que tudo era você! Mas não acreditavas na verdade que dizias ser a pior mentira que ouviras. Perguntavas se havia sentido ser total. Mas quem respondia eras tu,pois eras tudo até então... A voz que perguntava era a mesma que,intrusa,respondia e a que cantava era mesma que silenciava, e o teu público estava em pé...deitado...cabaleante - desordem! "Salve essa anarquia!"- gritavas! Não querias o egoísmo dos bilhões de anos que ainda não descobriram. Acho que nem lembras do tempo que falavas pelos cotovelos. Vivias num interrogatório tamanho que te fez enjoar de tanto falar. Vomitaste, então, no nada! E a força daquele jato que saía de ti, foi chamado, pouco tempo depois, de "Big-Bang". Da sua boca, pálida de desentendimentos, saíram grandes corpos... Estrelas, Super-novas,teu Sol, H, N, O, He... Você vomitou tanto que se auto-cuspiu,desaparecendo no que,hoje, denominas relatividade...Nem me pergunte se novas dúvidas surgiram... Agora você se questionava por não ser novamente o tudo; todavia, o eras totalmente. É como uma fatia de pão que repartes com uns que denominas serem famintos. Partir o pão não tira sua característica de ser o que é: pão. Do mesmo modo, não entendias os teus próprios mistérios quando duvidavas ser impotente e te vias impossibilitado de voltar atrás,na medida que não querias afetar teu dom de ser aquele que nunca se arrepende. Foste tudo. Agora,porém,estavas repartido. Mas isso em nada afetava tua natureza. Mas isso em nada afetava teu poder... E foste o homem que descobriste isso pela maneira mais simples. E, hoje, chamam-te de Deus. Não te esqueças,porém, de mim... Ajudei-te naquelas intrigas que assolavam teu próprio saber. Nossa! Você é maluco! Querias te experimentar! E não aguentaste teu próprio egocentrismo de querer subtrair oportunidades de tantas criaturas que dizem vivas e " não-vivas ". Querias que todos pudessem possuir a mesma dádiva. Explodiste,como nunca,de tanto estresse. Você queria que todos andassem sob uma mesma direção, tendo como vista a impossibilidade das impossibildades. Mas a decepção voltou no instante em que as partes de ti se colocaram um limite. Chegaste a pensar que havias exagerado nas doses de medo. Porém, estava tudo muito equilibrado. E, em outros lugares, já havia quem pudesse andar. Reverter a situação seria como detonar a cria dos teus amores. Decidiste arriscar. E viste que era uma questão de percepção e liberdade de crença. Não existia erro. A visão, agora, foi a da perfeição. O plano estava em prática. Todos seriam um pedaço de tudo. E isso fluiria pela presença de uma tal espécie de auto-reconhecimento. Conseguiste fundar,entre os princípios,uma forma de preservação, o que não era medo. Se, no ínicio, ficaste apavorado, é natural que " tuas criaturas " queiram uma auto-explicação. Só que elas, da mesma forma que, um dia, fizeste, puseram em dúvida o próprio dom de apenas ser. Não se permitiram sair de um mesmo palco por não aceitarem a ideia de que são todos deuses ou Deuses,como você preferir! Agora, estavas mais satisfeito... Querias,porém, que todos pudessem enxergar o que te ajudei a ver. Entretanto, negaste ajuda, tendo na tua frente um porto seguro de perfeição suprema. " Eles conseguirão! Virá o dia em que respeitarão suas totalidades e verão o outro como suas próprias partes, sendo Eu, Todos... Nada. Abrirão seus horizontes para a proximidade da sua própria face. E se comtemplarão na limpeza de qualquer pecado que nunca existiu. Haverá, pois, paz... aquela paz que ninguém conseguiu encontrar por fora. As mulheres - vi - soltarem os cabelos. E uma breve brisa,tão suave, penteou-lhes umas mechas decaídas... Os homens vi, num abraço recíproco, cuja forma fraterna passeava e estimulava tantos outros abraços internos. As crianças não existiam ali; estavam, pois, na descoberta do seu grande mundo infinito.Imaginações. Os que se contentavam com o título de "antigo", agora estavam numa redoma impecável que colocava os "jovens" num mundinho de inveja passageira. E aquele que veio depois de mim, orgulhou-se.E lembrou daquelas noites da náuseas que passara."Graças à Deus!"- ele se disse. Vômito de angústia. E, um dia, acabamos sendo o próprio tempo. Sua idade? : bem mais que os tais 13,7 bilhões de anos. Enfim, chegou a conclusão de que seu poder não era nada. Havia uma barreira que lhe deixou confuso e triste. Trancou-se durante 33 anos. Quando abriu seus olhos, conformou-se com a " Vontade ", e com o Tudo que ela poderia dominar. Mas não se arrependeu de espalhar um pão cortado em infinitos pedaços...



Por: Caio Fernando

5 comentários:

  1. Caio Fernando,
    Nem sei o que comentar. A não ser que esse, de fato, é um dos melhores textos!
    Parece até que me aliviou o aperto no peito. Rs
    Vou levantar!

    Um abraço. PARABÉNS!

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  2. PS: O novo design no blog também está legal!

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  3. Definitivamente, você escreve brilhantemente! Nossa! Gostei demais!

    Fico até sem palavras para fazer um comentário mais elaborado. Hehehe.
    Mas, Parabéns! É isso...

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  4. Não há palavras para descrever como é lindo seu texto!
    Parabéns, Caio! Você é um escritor... =D

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  5. MUITO bom.Gostei bastante.Tom filosófico incrível.

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